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segunda-feira, 24 de maio de 2010

VIOLÊNCIA NO BRASIL OU VIOLENCIA NO MUNDO?


No caminho para casa, após sair da faculdade por volta das vinte e uma horas, parei num comercio, próximo a minha residência que fica na periferia da cidade, para tomar uma SKOL e refletir sobre o tema que escrevo. A comerciante, muito atenciosa, logo me informou que estava prestes a fechar devido o adiantado das horas e que, segundo ela, não seria prudente permanecer com o comercio aberto após aquele horário, devido a eventuais roubos que vinham ocorrendo naquela área, embora estivéssemos a poucos metros de uma delegacia de policia. Não questionei seus argumentos, inclusive notei que ela estava praticamente enjaulada dentro da própria casa, tantas eram as grades que a cercavam.


Em casa, me pus a pensar sobre quem realmente cumpre pena nesse país, porque, só nesta noite, notei a violação de diversos direito e garantias constitucionais do cidadão brasileiro como o direito de ir e vir, a livre iniciativa, a liberdade, proibição do Estado de Exceção com toque de recolher e tudo mais. Pensei então, sobre o quanto isso custa para o país? Se antes falava-se no “custo Brasil” oriundo dos juros obscenos praticados pelo governo, agora temos o “custo Brasil” proveniente da violência. Mas, será apenas no Brasil a noção de que a violência tem aumentado? Penso que não. Se olharmos os noticiários, estão repletos de casos de violência espalhados pelo mundo, desde os insanos atentados fundamentalistas até cidadãos neuróticos que invadem escolas; creches; local de trabalho, matando tudo que encontram em seu caminho. Não obstante, se pararmos pra pensar, veremos que até a natureza está mais violenta, com seus tufões, terremotos e maremotos acontecendo nos quatro cantos do mundo.


Se ou fosse religioso diria que é um sinal, ou melhor, vários sinais do fim dos tempos. Contudo, como minha mente crítica não me permite crer nessas fábulas, me parece que há uma crise de valores humanos não só no Brasil, como também no mundo. Valores esses que não se confundem com a moralidade de cada cultura, e sim com os princípios da dignidade humana consagrados pelas nações unidas. Quem, no Brasil, conhece esses princípios? Ou, melhor ainda, quem realmente os incorpora? Numa sociedade onde o ter é mais importante que o ser, não me espanta ver essa horda de hipoinsuficientes querendo possuir, a qualquer custo, os atuais “valores” sociais, sintetizados numa propaganda idiota de cerveja. Isto é, se nada fizermos para mudar essa perspectiva, a violência só tende a aumentar.

Um comentário:

  1. Aplaudi de pé sua colocação. Parabéns, poucos são aqueles que não tem uma visão sobejamente superficial do que realmente ocorre com nosso país ou mesmo no âmbito mundial.

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